sábado, 1 de novembro de 2008

Crença

Quando era pequeno
olhava o céu
brincava com nuvens
e acreditava na vida
Andava sem medo
Meu olhar tinha mais cor
Não sabia o que era fel
O outro lado da moeda
Habitava um mundo
de tranquilidade, paz e amor

Hoje de dentro do meu terno
azul caixão
O nó da gravata justa no pescoço
Aperta o coração
Vejo crianças sujas
Que não tem tempo para chorar
Que somente podem brincar
de malabaristas no sinal

Sinal do fim
Sinal da fome
Sinal de quem não tem o que perder
Hoje olho e não vejo
Meu brilho acabou
o azul do céu já não posso ver
tudo é cinza, preto e branco
todos vão andando
tudo vai sumindo em um grande pranto
de maldade e podridão
Eu vejo tudo do meu carro
e do meu terno azul caixão

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