segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Engano

Não
Eu não posso esquecer de você
Você que se entranhou em minha pele
Corre em minhas veias
Sufoca-me em uma febre
Doentia e sadia

Você se enganou
Quando pensas que esqueci do passado
Só por que hoje
estive mais calado

Aprenda
Te guardei em minhas narinas
Você esta em meu desejo
esta em minhas rimas
esta em meu apelo
esta em minha mente
pelo meu corpo, dentes, cabelo
Não
Eu não posso esquecer você

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Ave & o Menino

Você é a águia
Que voa acima das nuvens
Eu o Menino
Sentado a terra
O horizonte
Não te faz fronteiras
Calmo e tranquilo
Meu dia se encerra
Preenchem meu vazio
As penas que de ti caem
Sonho que estejas perto
Mas longe vais
Ontem me enganava
Hoje não mais
Amanhã poderei crescer
Levantar-me deste chão
Esquecer-me da águia
Encontrar uma nova emoção
Ela não é minha
Divirto-me mesmo assim, com ela a voar
Nunca será minha
Tem um horizonte para ultrapassar
Sou o menino
Que chora sozinho
Só quero o campo
Onde fico sentado
Só quero a brisa
Que alivia a alma
Você vai alto, muito alto
E vai ao longe
Muito distante já
Eu no chão prostado
Não quero voar
Nem te prender
Não quero aparecer
Eu vivo bem assim
Nem penso em te esconder
Mas ter você pra mim
Sou apenas o menino
Sentado a terra
Você é a águia
Que longe voa sem fronteiras

Jogo das Palavras

Boca
Beijo
Deleite
Moça
Quente
Desejo
Flor
Cabelo
Enfeite
Dança
Roda
Encanta
Seguro
Olho
Beijo
Jeito
Perdido
Fomenta
Lampejo
Dor
Saudade
Sentimento
Pensamento
Angustia
Atormenta

Amor e Sexo

Te quero absolutamente e absurdamente....
quero me sentir dentro de você de novo...
quero suar...
quero te ver nua mais uma vez,
com teu belo corpo me aguardando...
me chamando...
quero te envolver em carícias,
desejo,
fogo,
paixão,
gozadas,
sofreguidão
e beijos.
quero ficar quieto,
abraçado,
te escutando respirar,
sentindo teu corpo apertado junto ao meu...
acariciar-te sem pressa, sem medo do tempo....
e começar tudo outra vez...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Rumo

O rumo das coisas
nunca são iguais
Os rumos seguidos
podem não voltar mais...

Meu rumo
é o mesmo que tomei a tantos anos atrás
Você nem imagina
em quantas curvas tive de parar
para chorar
Desistir
nem pensar

A boca cala
para não dizer adeus
E se você acha isto demais
saiba que não é diferente
É menos do que o rumo
fincado na estrada
que nada irá apagar
nem a chuva
nem o tempo

Minha voz é tão forte
quanto minha vontade
enquanto uns brincam de viver
esta é a minha realidade
O rumo das coisas
nunca são iguais
Os rumos seguidos
podem não voltar jamais

Meu rumo
é o mesmo que tomei
a tantos anos atrás
É nele que devo continuar
Não vejo razão para trocar
vocês foram e eu fiquei
mas estou bem
pois meu coração esta aqui

Você finge que não vê
Sou sua sombra
mesmo você não querendo que seja
Já estive em seu lugar
você sente minha mão muito perto
Perto de poder te tocar
o medo pula de seu olhar
Você luta e tenta menosprezar
e fica sem entender
Que o rumo das coisas
nunca são iguais
Os rumos seguidos
não voltarão mais
Meu rumo
será sempre o mesmo que tomei
a tantos anos atrás
Marcante,
Forte,
Sonoro e
único.

Procurando

O vazio
Uma gota
Que rola solta
Envolta em pesares
remota em prazeres
O vazio
Sem som
Sem silêncio
Abismo negro do silício
De cílios negros no visgo
Ao caminhar os pés pesam
pesam as pernas
pesam as perdas
pesam o que não se pesa
apenas perde
como uma sede
que não encontra a agua
apenas...
O vazio

Nada

Ao olhar nos rostos opostos que passam por mim
Não vejo nada.
Ao vivenciar as vidas perdidas de outros
Não vejo nada.
Ao procurar os dizeres e seus deveres febris
Não vejo nada.
Se nada vejo,
nada sinto,
nada como,
de nada desfruto.

Alguém se vai as minhas costas
outra nasce adiante
Nada importa.
Se é o quente do verão
ou se as folhas do outono caírem no inverno
Nada importa.
Se nada importa,
nada sinto,
nada como,
de nada desfruto.

Se tudo é um grande nada
pergunto-me onde errei
em que curva entrei
para sair em um nada
nada distante
nada perto
nada de nada
em lugar algum

Palavras

Eu queria poder escrever lindas palavras
Eu queria poder falar lindas palavras
Eu queria poder viver de lindas palavras

As vezes as perco
As vezes somente somem
As vezes me faltam
As vezes me consomem
Muitas me levantam
Outras só me agridem
Eu queria escrever lindas palavras
Eu queria poder viver de lindas palavras

Eu paro e penso
como tantas são duras e persuasivas
Eu paro e canso
é mais fácil escutar as agressivas
Eu queria falar lindas palavras
Eu queria poder viver de lindas palavras
O que aprendo não serve
Acabo vendendo-me ao sistema
Sorrio, pois penso as agruras que me ferve
tanto para falar e sem nada a dizer
Eu queria
queria falar lindas palavras

Não me deixam
tiram-me a força
a vontade
Eu queria
queria poder viver de lindas palavras
Não me querem
Pisam no meu ser
com rancor e maldade
E como falar de lindas palavras?
E como viver de lindas palavras?
Se elas me são negadas
Se elas me são levadas
Eu queria viver
de lindas
palavras

Ainda Respiro

Desespero
Alguém soprou esta palavra
E ceifou a pele
Já castigada pela dor
Já condenada pelo Amor.

A música até acalenta
E ao mesmo tempo sufoca
Mas assim ninguém nota
a lágrima que desce
em prece
de um melhor vir,
ver
e crescer

Chegara o momento de sorrir
Deixando de fingir a alegria
Sorrindo na verdadeira harmonia
em que o som dita
Enquanto gritas de felicidade
Embalado em novo som
novo tom

Não pense
Que este é o fim
Vence teu rancor
Alimente tua risada
Sinta do perfume a cor
do teu bem o sabor
O valor do amigo
do companheiro
do que ama

Emana tua alegria
E assim
quem diria
já estás a Amar

domingo, 12 de outubro de 2008

Pedido

Fala-me agora
Ou cale-se para sempre
Diga-me o que queres
O que espera de um amanhã
Se queres me mudar
Te digo que não vou
Se pensas que farei o mesmo
Errada estas
Para mim
Tudo esta bem
Conte-me teus segredos
Ou não
Apenas afague meus cabelos
Enquanto olhamos nova vida
Pelo tubo do televisor desligado

Não tenha pressa
Não tenha urgência
Estaremos aqui pelos próximos anos
Deixe vir o que tem de vir
Vamos brincar de vida
Vida curta
Vida além

Soa o sino da distante igreja
Tantos olhos atentos
Comentários por cada passada
Não é isto que serve ao ego
Não é visto que chegamos ao começo
Pode ser o meio
Um pouco antes
Um tanto depois
O que importa
É a minha mão na tua
Sorrisos
Alegrias
Tristezas
Ou doença

De baixo de sol
Amor sob olhar da lua
Fala-me agora
Ou cale-se para sempre
Diga-me o que queres
Não espera pelo amanhã
Pois poderá ser tarde
O passaro pode alçar vôo
A planta falecer sem água
O brilho se apagar sem graça
Não queiras mudar
O que é belo
O que eu quero
Pois se desejas trocar o que tens
É por que para ti
Não é o suficiente
Então
Não de o passo a seguir
Pois a estrada acaba
Onde tentamos alterar seu caminho
Apenas queira o que vês
Sinta o carinho do vento em teu rosto
Apenas siga junto a mim
Mas não tardes a falar
Não espere chegar agosto
O tempo
Grita pelo não
Hoje
Eu quero o sim

Pensamentos

Por que perder meu tempo em linhas, se não há quem as lê?
Por que insisto em continuar, se não vou acrescentar nada aos olhos que por aqui passam?
Eu só tenho em minha cabeça o soar que bate.
Bate e rebate
Como o martelo que retumba em cada momento
discernimento
incremento
escremento
Que de minhas idéias nascem.

Por que perder tempo com o ininteligivel?
Por que perder tempo com o paradoxal?
Verborragia jogada ao vento
Sem que em nenhum momento se mostre a tento o que se quer saber
ver
receber
entender

Retumba.
Somente retumba
E segue-se sem os louros da gloria
Ou de pequena vitória
Em duas ou que seja, uma história
Bate e rebate
Retumba e ressoa
Quero tirar minhas idéias
Livrar por vassoura, varrer cada canto
Jogar no acalanto de um papel em branco
E torno a me perguntar
Volvendo a perguntar
Por que perder tempo em linhas, que sei que não terão quem as lê?

Queria poder ir embora...

Eu tento repirar...
mas o pulmão dói.
Dói igual a quando tento levantar minha mão.
Não sei o que faço aqui.
Queria poder ir embora...
Mas tudo passa tão depressa...a dois dias era somente uma criança...ontem, um adolescente, que só tinha uma preocupação...passar de ano... e mesmo assim, como reclamava.
Podia olhar as meninas...
Falar-lhes algumas frases picantes...
E se retornado com um sorriso... alargar o peito e ir adiante.

Eu tento respirar...
Mas a cabeça me dói.
Dói de uma forma única e sem igual.
Como jamais doeu antes.
Queria poder ir embora...
Mas o escuro me envolve...me deixando imóvel.
Tantos dados da sorte lançados,tantas cartas marcadas passaram...
Quantos jogos ganhei?
Menos do que perdi...
Mas esta é a lei...
Penso, mesmo com toda a dor...
O que esta lá fora?
O que eu deixei?
Um punhado de areia...
Poucas idéias...algumas memórias em fotografias amareladas.
Só não sei se alguma lágrima...
Seria bom...
Não para quem as chora, mas para mim.
Sentiria-me amado...
Nem os copos de chopp lembrarão!
Eu queria poder dizer mais uma vez...
Olá...
Eu queria ver o sol, mais uma vez...só há escuridão...
Poder ter segurado aquela mão, que passou por mim,no meio de toda aquela multidão e ali,tive certeza de que era a minha metade.
Mas deixei ir embora...
Quero ir embora...
E tentar acertar meus erros...
Sorrir para quem cerrou os olhos para mim...
Eu só queria poder ir embora daqui...e ver o sol...ver a luz.

Meia noite, tudo pode acontecer

São meia noite.
Esta rua não é muito movimentada durante o dia...
Imagine neste horário.
Somente são escutados os passos delas...
Óh, por que passar diante deste cemitério...
Eu devia ter saído mais cedo!..
O inverno propicia uma nevoa densa
Pareço estar pintada em um quadro de terror...
Por que pensar nisto?Passos, ouço passos...
Ao se virar, nada nem ninguém,
Estou louca?...
Mas a perturbadora sensação de ser seguida ainda a incomoda...
Eu sinto, esta próximo
Ela tenta caminhar mais rápido
O eco de seus passos se confunde em sua mente
O salto vira
Um momento em que ela para...
Eu sinto ele
Agora já não consegue se virar
Ela sente sua respiração perto de sua nuca
Seu corpo estremece
Parada, sem saber se deve tentar correr, gritar, chorar...
Um toque
Suave como a pétala de uma flor
Sua respiração se altera
Ninguém havia tocado nela desta forma
Deus, não consigo olhar...
As mãos percorrem sua cintura
Sua barriga dança conforme os dedos a acariciam
Por um instante um sorriso se deu em seu rosto...
Mas o medo... quem era?
Quem poderia ser?
O cemitério, a solidão, a névoa...
Meu Deus... um vampiro... eles então existem?
Seus pensamentos já não se concluem mais...
As mãos sob a blusa, procuram rosas... acariciam...
Eu quero gritar... um vampiro... um homem... um o que?
Ou...mmmmm.... como seu toque é bom... pare... pare...não, não pare...
O cemitério, a solidão, a névoa...
Não há quem me escute...
A boca...
Em meu pescoço...
Não me morda... por favor... agora não.... tenho tanto a oferecer...
Ela sente um abraço....
Por instinto ela levanta sua saia.....
O toque em suas coxas...
Suas pernas já não estão seguras...
Sua mente é um turbilhão de entorpecestes...
Os lábios em sua nuca...
Não... não.... morder não....
O leve toque procura o meio de suas pernas...
Ela as abre e deixa que seja sentida sua calcinha, que molhada esta de sua vontade
O cemitério, a solidão, a névoa...
Ninguém vê... ninguém pode me ver...
O corpo a empurra contra a parede, ela só tem tempo de apoiar no muro com suas mãos...
Ele a invade e a faz gemer... suas pernas bambas... seu corpo explodindo...
A mão em sua cintura... outra em seu seio.... a boca em sua nuca.....
Ela mexe a perna para sentir...
Mais fundo... mais intenso...
Ela leva a mão a boca... seu gemido rompe o silêncio...
Suas pernas perdem o chão...
Sua mente sobe aos céus...
Ela ainda fica um tempo com a mão no muro...
Não há mordidas...
Não há medo....
Ela olha para trás e nada vê...
Então se recompõe e ainda trocando os pés... deixa o local...
Seus passos somem ao longe...
A rua volta ao seu estado normal...
O cemitério, a solidão, a névoa...