sexta-feira, 22 de maio de 2009

Carta de Despedida

Eu olho triste
as paredes vazias
Não escuto vozes nos corredores
E os risos dos dias
Eu olho triste
As lágrimas em demasia
O barulho das caixas e de carga virando
O bom som do dia a dia
Das palleteiras
E de pessoas andando

Papeis
Fax
Clips
Problemas
Deveres

Olhos
Mãos
Sorrisos
Bom dia
Não estarei mais com eles

E-mails
Grampos
Pastas
Trabalho
Vontades

Discussões
Dúvidas
Ações
Tchau
No meu peito lembrança deles

De cada um
De cada momento
Vocês sempre estarão em meu pensamento
Vou para nova família
Vou amá-los tanto quanto vos amei
Tenham certeza porém
Que jamais os esquecerei

Obrigado a todos
todos vocês

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Devaneios

Quero vê-la deitada a minha frente
Apreciar teu corpo dourado
Enquanto teu sexo me chama
para possui-la com gula e desejo

Sentir tua vontade acesa e demente
deixando teu corpo molhado
Se contorcendo na cama
A boca ofegante por um beijo

Na união dos corpos a explosão de prazer
Mãos, pernas e bocas em um frenesim
Não querendo controle
Não querendo se conter
Apenas querendo ser invadida
de toda forma por mim

Correm pelos corpos febris línguas e suor
Não existe pudor
Não precisa existir
A festa carnal se faz maior
delicadeza e dor
Vale toda forma de possuir

Saciar a fome
Exaurir as forças
Matar o desejo
Que tanto nos consome
Brincar de gozar
De satisfazer
sonhos e pensamentos
Prazer pelo prazer
de estar com você

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Antes da Minha Hora

Em meu travesseiro
busco minhas memórias
dissipadas vão ao longe
Vou vendo fugir
os quadros de minha história
Não quero saber
do que vem
Não é isso que quero agora
Meu passado esta perdido
e só quero visitá-lo nesta hora

Vão passando por mim
desenhos em sorrisos
Momentos afogados
lágrimas e um sol
de posse meu defensor
Vejo contra o espelho
as rugas que machucam
Os cabelos que em minhas mão ficam
A sede que da ao querer
a juventude e o imenso vazio
que aperta meu coração

Meus olhos já não são brilhantes
Como em minhas mãos
já não muita firmeza
É no sabor
que se perde pela mesa
do sangue puro e forte que vivia
nem as veias são como antes
Vão passando por mim
desenhos e sorrisos
Momentos afogados e um sol
de posse meu defensor

Não quero saber
do que vem agora
Meu livro contará
minhas derrotas e glórias
Eu só quero curtir um pouco mais
todas as minhas histórias
Eu só quero curtir um pouco mais
antes de partir
antes de soar os sinos da minha hora

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Na Noite

Se ao sonho sujo
de alguém correspondi
Sou vadia
Vagabunda ao mundo que não servi
Só eu sei o quanto n'alma
sinto-me imunda
Por carregar em meu dorso
O gosto nojento e pegajoso
de homens da corte
do nada
da nata

Doutores que fogem
dentre a noite
Para satisfazer seu mundo animal
É no meu meio que se lambuzam e colem
enquanto sinto em meu corpo o açoite
um gozo visceral

No final
Ainda tenho que rir
E o dinheiro nem sempre paga
o dever que tive de cumprir
O perfume não disfarça
o cheiro de baba
que insiste em me cobrir
Lembrando a cada instante
o sabor desagradável
do que tive de engolir

Retoco a maquiagem
acerto o vestido
e volto a respirar
Se achas bobagem
lágrimas sem sentido
fique por um minuto em meu lugar
Verás que não é fácil
Talvez prazeroso
quando vale a pena deitar

Bem longe

Só queria entender
Por que meu riso sempre é o mais triste
Por que não vejo mais
Além do mundo que criei e nada existe
Ver além da barreira
da minha escuridão
Achar o porto belo e descansar
Viver a minha canção

Poder voar
Pra bem longe deste lugar

Não quero chorar
Nem perder-me debaixo de alguma angustia
Só quero cantar
Sem perceber como esta minha voz
meu olhar
minha alma
minha transparência

Você ri
por que na sua blusa não sou eu quem esta pintado
O que você usa
não é o que estou acostumado
Cansei de ser como sou
Mas não quero ser igual a você
Confuso estou
Eu só queria me entender

E poder voar
Pra bem longe deste lugar

Penso em falar
dos momentos que vivi
E o que adianta retratar
O que ninguém no fundo quer ouvir?
Sorriam
Ofereço meu rosto a vocês
Se alimenta vosso gosto
Pisem em meu corpo
Ele esta aqui
A disposição de quem quiser
Mastiguem meus ossos
triturem minha pele o quanto puder
Pois estarei longe
Cantando a canção

Mais uma vez...

Palavras
Atiradas ao vento
Mudas
Caladas
Despedaçadas
Desesperadas

Um sonho passa
Ergue-se a taça
Nos confunde a fumaça
da Graça
Eu falo sério
Eu olho sério
Eu choro sério

Digo sorrindo
sentindo
a emoção indo e vindo
e invadindo meu coração
O olhar baixa
O riso cala
Fixo a fala
para manter-me de pé
Sair da forca
Criar a força
de seguir

Me iludir
Uma nova vez...
eu acredito no Amor
(05/09/95)

sábado, 1 de novembro de 2008

Eu

Crença

Quando era pequeno
olhava o céu
brincava com nuvens
e acreditava na vida
Andava sem medo
Meu olhar tinha mais cor
Não sabia o que era fel
O outro lado da moeda
Habitava um mundo
de tranquilidade, paz e amor

Hoje de dentro do meu terno
azul caixão
O nó da gravata justa no pescoço
Aperta o coração
Vejo crianças sujas
Que não tem tempo para chorar
Que somente podem brincar
de malabaristas no sinal

Sinal do fim
Sinal da fome
Sinal de quem não tem o que perder
Hoje olho e não vejo
Meu brilho acabou
o azul do céu já não posso ver
tudo é cinza, preto e branco
todos vão andando
tudo vai sumindo em um grande pranto
de maldade e podridão
Eu vejo tudo do meu carro
e do meu terno azul caixão

Ave

Ave o Amor
Ave a Vida
Ave leva em suas asas
a minha agonia

Ave o mundo
Ave você
De lábio doces
em leve tom rose

Ave o minuto
Ave o segundo
Num pranto em cerco
em solo tão seco

Ave o Amor
Ave você
Ave a ave que me trouxe
pra te ver

Ave o tudo
Ave o mundo
Ave a minha vontade
e o desejo de te ter

Comodismo

Estagnar
É mais comodo do que evoluir
Quebrar
É sempre mais fácil do que construir
Sonhar
Para fugir da realidade
Amar
É muito mais doloroso na dificuldade